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Por que o paciente em tratamento do câncer deve ter o acompanhamento de um médico nutrólogo?

A Nutrologia é uma especialidade médica relativamente nova na medicina e muitas vezes pouco conhecida. O médico nutrólogo tem formação e titulação em nutrologia. A atuação permeia os cuidados nutricionais, a avaliação clínica, funcional e laboratorial, lidando com doenças metabólicas, oncológicas, obesidade e cirurgia.


Dra. Liane Brescovici

O médico nutrólogo acompanha tanto pacientes que precisam perder peso (obesidade) como aqueles que apresentam alterações de absorção alimentares, alergias, tratam o câncer ou que serão submetidos a grandes cirurgias.


Entrevistamos a nutróloga do CCONCO, Dra. Liane Nunes de Matos. Além de residências em clínica médica pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e  em medicina intensiva pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Liane tem especializações em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia e Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral.


Confira a entrevista completa.

 

Qual é a diferença entre nutrólogo e nutricionista?


O nutricionista cursa faculdade de nutrição e o nutrólogo de medicina. Idealmente, as duas profissões devem atuar em conjunto, garantindo um cuidado interprofissional integrado ao paciente.

 

Como acontece a interação do nutrólogo com os demais integrantes da equipe multidisciplinar no tratamento do paciente com câncer?


A jornada do paciente oncológico é complexa e deve ser acompanhada de perto em todos os momentos. O médico nutrólogo deve acompanhar o paciente na quimioterapia, na radioterapia, no pré-operatório e pós-operatório e no seguimento. Sempre deve haver interação entre os profissionais para um cuidado integral e efetivo. Fazem parte dessa equipe, o nutrólogo, o cirurgião, o oncologista, a nutricionista, a fisioterapeuta, a enfermagem, entre outros.

 

Em que momento do tratamento e em que casos a atuação do nutrólogo é necessária?


Nossa atuação acontece em todas as etapas da jornada do paciente com câncer, inclusive no pós-tratamento. O médico nutrólogo acompanha a alimentação, a suplementação, a avaliação nutricional e de micronutrientes e vitaminas e a reabilitação.

 

E por que esse acompanhamento é tão importante?


Sabemos que a desnutrição é bastante frequente nos pacientes oncológicos. Por exemplo, há pacientes com câncer gástrico que chegam a ficar 40% abaixo de seu peso ideal. O desafio é evitar essa condição e tratar para que possamos amenizar suas complicações.

 

Há tipos de câncer que apresentam maior risco de desnutrição?


Pacientes com neoplasias de trato gastrointestinal alto, em especial câncer de pâncreas, têm mais risco de desnutrição, por exemplo. O mesmo acontece em casos de câncer de pulmão e de cabeça e pescoço.

 

Qual o impacto da alimentação adequada no tratamento do paciente oncológico?


Alimentação e suplementação adequadas permitem ao paciente tolerar melhor os efeitos colaterais do tratamento, preservando peso e massa magra. Sabemos que a massa magra (músculo) tem relação com tolerância à quimioterapia (toxicidade), funcionalidade e qualidade de vida. Por isso é tão importante preservar e cuidar do músculo!

 

Para o paciente em tratamento oncológico, quais são suas recomendações?


É importante manter um acompanhamento interprofissional ao longo da jornada. Também adotar uma alimentação adequada e balanceada; consumir proteínas; praticar exercício físico; controlar o estresse; cessar o tabagismo e o etilismo.


A avaliação com nutrólogo e nutricionista vai auxiliar no ajuste da alimentação e suplementação, se for necessário, com suplementos orais calóricos e proteicos. Além disso, a prática de exercício físico deve ser supervisionada por um profissional capacitado.

 

 



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