Será que meu câncer pode voltar? Esse questionamento é comum entre pacientes oncológicos que tiveram sucesso em seu tratamento. E a pergunta faz sentido porque a recidiva do câncer – nome dado pela medicina ao retorno ou recorrência de um câncer – é uma possibilidade?
Isso porque, podem sobrar no organismo do paciente focos microscópicos contendo células tumorais inativas liberadas pelo tumor tratado. Estes focos são indetectáveis pelos mais modernos exames de imagem disponíveis na medicina.
Tem crescido a indicação de um exame chamado biópsia liquida, que pretende detectar se há células ou material genético do tumor circulando pelo organismo e assim, prever este risco de recidiva – mas isso é assunto para um novo post.
Esses focos microscópicos podem voltar a crescer depois de meses ou anos, resultando na recidiva do câncer. Por essa razão, é fundamental que os pacientes que tiveram sucesso no tratamento do câncer sejam acompanhados – ou seguidos, no jargão médico – por mais cinco anos depois da conclusão do tratamento.
Acopanhamento do paciente após o tratamento: fundamental para diagnóstico de recidiva
Durante o seguimento, o paciente realiza consultas e exames periódicos, com objetivo de detectar uma eventual recidiva. Apenas depois desse período, sem qualquer manifestação de câncer, é que o paciente é considerado curado. Para alguns tumores este período de acompanhamento pode ser ainda maior.
Uma recidiva pode acontecer de três maneiras:
Recidiva local, situação em que o câncer volta no mesmo lugar original da doença.
Recidiva regional, a doença retorna próximo ao lugar onde apareceu pela primeira vez.
Recidiva sistêmica, o câncer volta no organismo, em região distante de onde ocorreu pela primeira vez (metástase).
Risco de recidiva do câncer
O risco de recidiva varia de acordo com o tipo de câncer e suas características específicas, fatores relacionados ao paciente, entre outros.
No caso de recidiva, mesmo que o câncer volte em outra parte do corpo, a doença continua sendo classificada conforme o local de origem. Assim, se um câncer de mama recidivar no pulmão, por exemplo, ele continuará a ser chamado de acordo com seu local primário: câncer de mama recidivado.
Fato é que não é possível prever de maneira assertiva se haverá a retomada da atividade de um câncer após a remissão da doença. Por isso, a adesão do paciente ao seguimento é essencial. Assim, caso haja recidiva ela será diagnosticada e tratada o quanto antes, aumentando as chances de êxito do tratamento.
Como prevenir a recidiva?
Os tratamentos oncológicos feitos após uma cirurgia com intuito curativo têm o objetivo de eliminar estes focos microscópicos e reduzir as chances de a doença voltar.
Além disso, também é fundamental se manter saudável, cuidando da alimentação, evitando ou tratando a obesidade e dedicar-se à prática de atividade física frequente e, é claro, não beber e nem fumar.
Cuidem-se. Nos vemos no próximo assunto do Blog.