O câncer de pâncreas, entre as doenças oncológicas, é considerado um tipo de tumor agressivo. Essa percepção não está tão longe da realidade, pois na maioria dos casos, a doença é diagnosticada em fases avançadas, quando as chances de sucesso no tratamento são menores.
Isso ocorre, muitas vezes, porque o câncer de pâncreas não costuma causar sintomas específicos no início. Em certo momento, o paciente pode apresentar sintomas, mas estes são comuns a uma série de outras patologias, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Entre os sintomas estão dor abdominal ou nas costas, perda de peso, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura, fezes claras e/ou oleosas, coceira na pele, entre outros. Pacientes adultos podem desenvolver diabetes mellitus provocada pelo tumor de pâncreas ao levar à atrofia da glândula. Paralelamente, a maioria dos tumores que acometem o pâncreas são agressivos.
Muitas vezes, o diagnóstico acontece quando a doença já se espalhou para outros órgãos, configurando um quadro de metástases.
Diagnóstico precoce
Para a doença metastática, em geral, a cirurgia já não trará benefícios e as terapias que têm como base medicamentos apresentam limites. Já nos tumores localmente avançados, com acometimento de vasos sanguíneos por exemplo, a combinação de tratamentos como a quimioterapia e a cirurgia oncológica especializada pode trazer resultados melhores que o tratamento paliativo exclusivo.
É preciso investir mais em pesquisa nessa área. O desafio é tratar o paciente com doença localizada ou até, preferencialmente, antes que lesões pré-malignas se transformem em câncer. Embora raro, o diagnóstico precoce do câncer de pâncreas é possível.
Diante desse cenário, chama atenção a iniciativa voltada especificamente para o câncer de pâncreas de um dos centros de referência em oncologia do Brasil, localizado em São Paulo: o A.C.Camargo Cancer Center.
Denominado One-Stop Clinic, o programa tem como objetivo vencer o desafio do diagnóstico precoce, selecionando casos suspeitos e se o diagnóstico de câncer de pâncreas for confirmado, iniciar o tratamento em 72 horas. Para isso, foram estabelecidos fluxos na jornada do paciente, com a organização de agendas de exames e consultas, maior integração das equipes e uso de recursos de automação para analisar rapidamente qualquer achado.
Será que é câncer de pâncreas?
Em caso de suspeita de um câncer de pâncreas, após a consulta, em que o médico realiza o exame físico do paciente (avaliação de sinais e sintomas, investigação sobre os fatores de risco e história familiar), o próximo passo serão os exames complementares. Entre eles, estão a tomografia computadorizada, que permite visualizar os órgãos e tecidos internos. Se a tomografia não for conclusiva, o médico poderá solicitar uma ressonância magnética. Também há outras opções de exames de imagem, como a tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET-CT).
No caso dos exames de imagem fortalecerem a suspeita da existência de um tumor, o médico poderá solicitar exames de sangue específicos para marcadores tumorais de câncer de pâncreas. Além disso, avalia a necessidade de realizar uma biópsia para fechar o diagnóstico.
Cuide do seu pâncreas
Outra ação importante no combate ao câncer de pâncreas é conscientizar as pessoas sobre medidas que podem diminuir o risco da doença. O pâncreas desempenha funções importantes no organismo. Além de produzir os hormônios que regulam a glicemia, essencial para fornecer energia às células, sintetiza enzimas digestivas que são secretadas no intestino delgado onde quebram as gorduras, proteínas e carboidratos, tornando possível que estes nutrientes sejam absorvidos pelo organismo.
Para cuidar bem do pâncreas, recomenda-se ficar longe do tabagismo, do consumo de álcool e de alimentos ultraprocessados. Além disso, manter o peso saudável e praticar atividade física regular.
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