A dificuldade em engolir pode ser sintoma de um câncer, principalmente de esôfago ou de tumores que afetam a região da cabeça e pescoço. Mas há também diversas outras causas podem gerar essa dificuldade de forma constante ou intermitente, como doenças que afetam o sistema nervoso e o trato digestivo.
O termo médico dado para essa adversidade na hora de ingerir alimentos e bebidas é "disfagia". Essa condição ocorre quando há algum bloqueio ou alteração na forma como funcionam os músculos da boca e garganta ou do esôfago.
Quando um tumor cresce na região da cabeça e pescoço ou no início do trato gastrointestinal (onde fica o esôfago), ele pode interferir nessa passagem, a ponto de impedir que algum alimento consiga passar pelo local. Porém, o câncer de esôfago pode não ter sintomas nos estágios iniciais. Somente com o seu avanço podem surgir sinais como dificuldades para engolir, além de dores no peito, perda de peso repentina, rouquidão e tosse crônica.
Ter dificuldades para engolir não representa o diagnóstico de um câncer no esôfago ou na garganta. Outras condições mais simples também podem causar a disfagia, especialmente quando também há dor para engolir, a chamada odinofagia, tais como:
Gripes e resfriados;
Infecção na garganta;
Refluxo gastroesofágico;
Amigdalite;
Inchaço nos gânglios linfáticos no pescoço;
Infecção no ouvido;
Engolir indevidamente alimentos grandes ou irregulares, como batatas fritas e biscoitos, assim como comprimidos grandes.
Por isso, é fundamental que, caso você observe um quadro de disfagia frequente, consulte um médico para uma avaliação e diagnóstico mais preciso do seu caso.
Reações ao tratamento do câncer também pode ser fator de risco
A disfagia também pode ser causada temporariamente durante o tratamento do câncer, principalmente após sessões de radioterapia na região do pescoço.
Os efeitos da radiação podem aumentar com o tempo e reduzir a capacidade dos músculos da garganta.
Já a quimioterapia não costuma causar disfagia, mas pode prejudicar o apetite do paciente durante as sessões. Por fim, a cirurgia também por causar problemas para engolir alimentos caso sejam removidas estruturas no esôfago ou na região da cabeça e pescoço.
O tratamento depende da causa. Alterações funcionais podem ser manejadas pela fonoaudiologia por meio de vários métodos, como exercícios, técnicas de massagem e manipulação dos músculos, como, por exemplo, virar a cabeça ou dobrar o queixo. Em caso de obstruções mecânicas, incluindo as causadas pelos tumores do esôfago, são manejadas pelo tratamento mutimodal, incluindo a cirurgia, ou por endoscopia em casos paliativos.